A morfologia cuida da
classificação, estrutura e significados da palavra, quando isoladas
individualmente, para isso é importante o conceito de radical, que é a parte da
palavra que traz sua significação lexical, por exemplo, ao ouvir ou ler a
palavra fazendola, a pessoa pode não perceber o diminutivo, mas conseguirá
perceber que se refere, ou tem relação, com a palavra fazenda. O radical é
importante, porém há também os elementos colocados depois do radical, os
sufixos, que podem mudar a palavra, é o que temos em globalismo e globalização,
ambas possuem o mesmo radical {glob-}, mas são coisas distintas e, ultimamente,
confundem seus significados.
Globalismo e globalização possuem o mesmo radical, mas
sufixos nominais distintos, esses sufixos indicam em globalismo {-ismo}:
doutrina, sistema político, ciência; já em globalização temos o sufixo {-ção}:
ação, estado ou qualidade. A diferença fica evidente quando usamos alguns
determinantes: globalização política (para globalismo) e globalização econômica
(para globalização); a globalização econômica refere-se a uma ação dos Estados
em busca de um livre comércio, o problema para sua realização são os
protecionismos de mercado; já a globalização política, por sua vez, refere-se a
uma ampliação de determinada política social, cultural, legislativa, ou seja,
um coletivismo, controlado por burocratas, ou agentes, acima das escolhas
democráticas locais.
Nota-se que o sufixo {-ismo}, realmente, possui uma
importância no termo, pois o globalismo possui um caráter de doutrina, cuja
premissa é: um mundo com problemas complexos (saúde, meio ambiente, comércio)
exige um poder centralizado para decisões em nível mundial. Essa busca de um
governo global convergente é um resultado, segundo Olavo de Carvalho, de três
fatores:
a) Alta complexidade das administrações
públicas e os suportes tecno-sociais, fornecendo instrumentos de controle
social, que não dependem de debate político;
b) meios de comunicação
concentrados em pequenos grupos que realizam engenharia comportamental e fomentam
o controle político com apologia a determinado tipo de pensamento e censura aos
críticos;
c) Elite financeira a
patrocinar os “órfãos de uma causa social”, com o fim da URSS, favorecendo
militâncias locais e assim fomentando uma máquina de pressão política e
intimidação. (CARVALHO: 2014 p.165).
Assim é perceptível que temos, de um lado, uma ação
econômica e comercial (globalização) e de outro uma centralização política em
um grupo supranacional doutrinário; não obstante, ainda há certa confusão em
jornais e membros da mídia abastada, essas confusões deixam claro que podemos
estar diante do fator (b) acima descrito, ou de que na guerra dos sufixos, a
desinformação é uma arma bem conveniente.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Olavo de: o mínimo que você precisa saber
para não ser um idiota org. Felipe
Moura Brasil. – 10ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2014.
POLLEIT, Thorsten: A diferença básica entre globalismo e
globalização econômica: um é o oposto do outro in: MISES BRASIL/Artigos. disponível em: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2639#:~:text=O%20globalismo%20%C3%A9%20uma%20pol%C3%ADtica,de%20interven%C3%A7%C3%B5es%20e%20decretos%20autorit%C3%A1rios. Acesso em 29/09/2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário