A hipérbole é
uma figura de pensamento que consiste no exagero proposital de uma expressão,
para ressaltar a ideia dessa, criando um apelo dramático, daí o adjetivo
hiperbólico para os que exageram. Bastante usada na poesia, nos discursos do
cotidiano e na publicidade: “Vou morrer de tanto estudar”, “sua última chance
nessa vida de comprar essa TV”, um exemplo na poesia, no heterônimo de Fernando
Pessoa: Álvaro de Campos:
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do
mundo.
Essa
figura também é muito usada em argumentação, a fim de exagerar a mensagem,
causa um impacto, porém, ela também pode apenas anunciar um exagero de descontentes,
por exemplo, a PEC (Projeto de Emenda Constitucional) 241 foi alcunhado de PEC
do fim do mundo, ela foi aprovada em 2016, bom até agora o mundo está aí! Outro
exagero é impor o predicativo de genocida aos governantes, ou, agora no
contexto de volta às aulas quem é a favor a volta às aulas está contra a vida!!
Temos aí um exagero, ofensiva a
vida, contra a vida? Há argumentos melhores contra o retorno das aulas, assim
como há argumentos favoráveis, porém a hipérbole prejudica o debate, vamos
além, prejudica a busca de um consenso, mais além, lembra o garoto da história
que gritava contra um lobo inexistente, até que apareceu um verdadeiro e
ninguém o socorreu.
(Ricardo Gomes
Pereira)
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