segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Hino Nacional em Prosa e Direto


 

            O Hino Nacional Brasileiro é sem dúvida um belo exemplo estético, com seu sabor culto, composto por Osório Duque Estrada, poeta parnasiano, movimento que prezava pela forma e linguagem rebuscada, e com música de Francisco Manuel da Silva, música que  veio bem antes da letra.  A letra carrega a influência da poesia da época, entre romântico e parnasiano, fugindo do lusitanismo, além disso, possui um apego pelo que chamamos de hipérbato, ou seja,  uma inversão da ordem sintática direta, a ordem direta, que é a mais comum, consiste em Sujeito + Verbo + Predicado, porém podemos mudá-la, não se trata de algo fixo, essa mudança quando não afeta muito o entendimento é chamada de hipérbato, se for exagerada e afetar o entendimento, aí teremos a sínquise.

                A seguir há o hino nacional em ordem direta e também em prosa (parágrafos em vez de versos), o que facilitará o entendimento de certos trechos do hino.

                                                                           I

                As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico e nesse instante, no céu da pátria,  o sol da liberdade brilhou  em raios fúlgidos.  Se conseguimos conquistar com braço forte o penhor dessa igualdade em teu seio, ó liberdade, o nosso peito desafia  a própria morte. Pátria amada, idolatrada, salve! Salve!

                Brasil, se em teu formoso céu risonho e límpido resplandece a imagem do cruzeiro, desce a terra um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança. Gigante pela própria natureza, és belo, és forte, impávido colosso e o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, entre mil outras, és tu Brasil, ó pátria amada! És mãe gentil dos filhos deste solo, pátria amada Brasil.

                                                                             II

                Ó Brasil, florão da América, eternamente deitado em berço esplêndido,  iluminado ao sol do novo mundo, fulguras  ao som do mar e à luz do céu profundo. Teus lindos campos risonhos têm mais flores do que a terra mais garrida; “Nossos bosques tem mais vida”, “nossa vida” no teu seio “mais amores” Ó pátria amada, idolatrada,  salve! Salve!

                Brasil, o lábaro estrelado que ostentas seja símbolo de amor eterno e o verde-ouro desta flâmula diga: Paz no futuro e glória no  passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu  não foge à luta, nem a própria morte teme, quem te adora. Terra adorada. Entre mil outras és tu Brasil, ó pátria amada! És mãe gentil dos filhos deste solo, pátria amada, Brasil.

 (Ricardo Gomes Pereira)

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